Concebido para o pressuposto de um carácter cinético, de um confronto da realidade com a ficção, na sua mobilidade critica em busca de um diálogo com as dificuldades inerentes aos interesses e preocupações individuais de cada um. Este projecto cria uma realidade a partir de um conjunto de desenhos, uma espécie de afirmação e identificação do imaginário. Encontramo-nos assim, perante a evidência de um mundo que torna a forma de um mutante, simultaneamente real e aparentemente surrealista, envolvendo-nos em questões de identidade. Uma exploração que permite descobrir um trajecto que desenvolve um determinado corpo, uma visão que confronta assim o espectador para a existência de uma provocação e consciencialização ao facto da nossa condição Humana remeter em certos momentos para atitudes menos consciencializadas e racionais, daí a introdução do elemento “animal”.O corpo protege-se, equipa-se, pois necessita de sobreviver, necessita de se desafiar. É um corpo vertical, permanecendo assim pois é assim a sua natureza, assumindo a sua superioridade sobre os outros. Apesar de se disciplinar ás tendências contemporâneas não deixa de apresentar indícios de irracionalidade primitiva. O corpo parece apesar de tudo demonstrar traços frágeis, é incontornável o facto de ser mortal. Revela-se assim um conjunto de atitudes, movimentos e poses, que reflectem assim uma dimensão Humana. O personagem auto mutila-se, revela as suas capacidades, desenvolvendo acções no sentido de se submeter a duros testes.
